Todo tipo de tecnologia traz consigo anseios e questionamentos, como por exemplo, será que esta nova tecnologia roubará meu lugar? Será que ela trará realmente algum ganho pedagógico? Será que eu terei capacidade para me adequar e utilizar esta novidade ao meu favor?
Todos estes questionamentos são importantíssimos e uma dessas novidades, não tão nova assim, são as lousas digitais. Será que vale mesmo a pena investir nelas ou serão mais um modismo?
POR QUE UTILIZAR LOUSA DIGITAL?
O educador Luciano Meira usa o termo “encapsulamento de inovações”. O genial pesquisador e professor alega sabiamente que é muito difícil introduzir tecnologias na educação de uma maneira vertical e em grande demanda. Segundo Meira o ideal é introduzir as inovações aos poucos, como pequenas cápsulas, e uma boa maneira de introduzir tecnologia e inovação seriam as lousas digitais.
As lousas digitais são ótimas opções de interação e inovação, permitem de maneira muito simples que professores, e até mesmo os alunos, interajam com o conteúdo, podendo inserir mapas, gráficos, imagens e tabelas, gravar parte da aula, abrir navegadores de internet. Além disso, ainda economizam apagadores, canetas e giz, ou seja, são ecologicamente corretas, e economizam seu precioso tempo de aula, uma vez que podem ser apagadas em apenas um clique.
Se a escola não tem laboratório e os alunos não possuem tablets, as lousas digitais permitem baixar e usar softwares e simuladores que podem transformar as salas em laboratórios virtuais. Deixe os alunos explorarem as lousas, elas não são tão frágeis quanto se pensa.
Como em qualquer área em expansão, várias pessoas entrarão nesta nova seara, sendo elas especialistas ou não. O que vemos atualmente é uma verdadeira invasão por parte de empresas e pessoas sem nenhum conhecimento pedagógico. Contudo, o campo da tecnologia da educação deve ser ocupado por educadores, ou estes ficarão fora deste mercado, ou o pior, serão praticamente obrigados a utilizarem conteúdos educacionais sem qualidade comprovada, portanto, a “aprendizagem virtual veio para ficar. Não apaga outros modos de aprender, mesmo tradicionais, mas vai se impondo como modo dominante” (DEMO, 2009, p. 113).
Não há motivos para encarar as tecnologias educacionais como concorrentes, como substitutas dos educadores. Elas são um meio e não um fim, e devem ser encaradas como aliadas no processo de ensino-aprendizagem. Para finalizar este artigo uso como minhas as palavras de Shank (2008, p. 22): “Aprendizagem virtual não substitui a sala de aula e não parece predestinada a isso”.
Bibliografia
DEMO, P. Educação Hoje: “novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
SHANK, P. Web 2.0 and beyond: the changing needs of learners, new tools, and ways to learn. In: CARLINER. S.; SHANK, P. (Eds.). The e-learning handbook: past promises, present challenges. New York: Pfeiffer, 2008.
Escrito por Sheldon Assis Pereira
Especialista de TE
[email protected]