Como montar uma sala de aula colaborativa
Precisamos de uma mudança radical no processo de ensino e aprendizagem, para que a escola volte a ser um local prazeroso para nossos jovens alunos. Uma solução para isso são as salas de aulas colaborativas.
Só conseguiremos transformar o ambiente escolar em um local de satisfação quando os alunos perceberem que o modelo pedagógico vivenciado por eles faz sentido, traz novos conhecimentos e se vincula ao mercado de trabalho do futuro.
Quais mudanças devem surgir?
É necessário educar os jovens para o trabalho colaborativo, segundo Pedro Demo: “essa saudade do gênio individualista está sendo questionada em nome do trabalho em equipe” (2009 p.3).
Claro que o processo de mudança educacional passa por uma reforma no currículo escolar e nas políticas públicas, mas se esperarmos que tais instâncias realizem estas mudanças o “bonde” da história já terá passado.
Uma grande mudança pode ser feita no formato da sala de aula. As salas de aulas tradicionais são formadas por carteiras, uma atrás da outras, distribuídas em fileiras, tendo o professor e todo seu aparato pedagógico à frente. Mas este modelo já está sendo suplantando, em boa parte dos países que lideram o ranking mundial de educação. a grande tendência do momento é o estudo colaborativo, com as chamadas salas de aulas colaborativas.
Neste modelo o professor é um mediador entre o aluno e o conhecimento, e na maioria das vezes a construção do conhecimento é feita de maneira coletiva, com os alunos distribuídos em grupos, que podem ser flexíveis, variando de tamanho, e de funções. Um grupo pode ter três alunos pesquisando um assunto, o outro pode ter cinco criando um material, e assim sucessivamente.
Benefícios da sala de aula colaborativa
1. Diversidade nos processos de aprendizagem
Com a era das redes sociais e salas de aulas colaborativas, quebrou-se a barreira de onde e quando o aluno pode estudar. Uma vez com acesso à internet e entrando em grupos, blogs e fóruns os estudantes atuais podem tirar dúvidas, ajudar um colega e participar de discussões acerca de um assunto.
Essa facilidade que as novas tecnologias nos trazem é bem-vinda, pois acrescenta nos métodos de estudos. Ficar sentado por horas dentro de uma sala de aula, olhando para o professor não é mais o único modo.
2. Mais confiança ao aprender e ensinar
Geralmente, nos identificamos mais com pessoas com perfis parecidos com os nossos. Entre os estudantes essa “regra” também se aplica. Eles tendem a se sentir mais à vontade com um colega de sala para tirar suas dúvidas do que com o próprio professor.
Quando vários alunos se unem com o mesmo objetivo a energia liberada por eles é inacreditável. Pessoas mais propícias a ensinar sentem-se mais libertas para ajudar quem mais precisa. Os mais necessitados de ajuda podem contar com mais membros, além do professor.
E com as tecnologias atuais, entramos no mesmo ponto de que quebramos barreiras dos momentos em que essas dúvidas serão tiradas, e onde. E justamente por toda essa interação a confiança em aprender e ensinar sobe de maneira significativa.
3. Aprimoramento da qualidade de educação
A sala de aula colaborativa proporciona novos caminhos de ensino e aprendizagem. Com essas novas metodologias, podemos aperfeiçoar o processo educacional, formando não somente alunos, mas novos educadores.
A ampliação da sala de aula para fora do ambiente escolar, influencia nessa evolução uma vez que os métodos digitais são mais motivadores e significativos.
Então podemos concluir que:
O importante é romper com a ideia de que o conhecimento só pode ser transmitido pelo professor, com a sala em pleno silêncio e todos realizando a mesma tarefa.
Quanto mais movimento e criação melhor, e se as salas de aula contarem com carteiras móveis, que se encaixam umas nas outras, o trabalho docente se torna muito mais fácil.
+ VEJA TAMBÉM Tendências de tecnologias educacionais para 2019
Termino esta matéria parafraseando Elaine El Badouy Cecchettini, apud Veras: “Este é um momento polifônico, de vozes que precisam se juntar. Os professores ainda estão num modelo criado no século XIX, o de prisão e igreja, no qual o professor é um pregador e a interatividade é mínima. Mas a era polifônica obriga que o ambiente seja interativo. Eles precisam se abrir para as novas tecnologias e novas formas de pluralidade”. (2011)