Todas as pessoas que estão preocupadas com educação, sejam elas profissionais ou não, já perceberam que ocorreram nos últimos anos grandes mudanças em todos os setores de nossas vidas, e todas estas mudanças afetaram o campo educacional.
Houve muitas mudanças tecnológicas, como a inserção de lousas digitais, a substituição dos retroprojetores pelos projetores digitais, o giz, que praticamente se aposentou e foi substituído pelo marcador de quadro branco, isso para não falar das já famosas canetas virtuais e a nova seara: a troca dos cadernos pelos tablets. Há quem veja nessas mudanças o soar das trombetas do apocalipse educacional. Segundo Demo (2009, p. 6-8):
“Novas tecnologias costumam incitar euforias, seja pela sugestão de reinventar a roda, seja pela antevisão de futuros obscuros (…). Parece haver um ciclo comum na adoção de novas tecnologias: primeiro vem o espalhafato; segundo, mostrando-se infundadas tamanhas expectativas, chega a desilusão; terceiro, aprendendo da prática, observa-se que há oportunidades pertinentes, não, porém, automáticas.”
Além disso aconteceram mudanças comportamentais, visíveis a qualquer pessoa minimamente curiosa. Os jovens atualmente parecem ser mais irrequietos, inconstantes, mais dispersos e menos apegados a normas e regras.
Mark Presky, especialista sobre a integração entre jogo e aprendizagem, mundialmente reconhecido como uma das maiores autoridades na área de educação, formado na Harvard Bussiness School e Yale Graduate School of Arts and Sciences, cunhou a expressão “nativos e imigrantes digitais”, na obra ‘Digital natives, digital immigrants’, eles realmente pensam diferente.
Segundo Marc Prensky, quem nasceu até a primeira metade da década de 1980 pertence à categoria dos imigrantes digitais, pessoas nascidas antes da popularização da internet, pessoas analógicas, que ainda usam o e-mail e, pior que isso, além de ainda usarem o e-mail ligam para o destinatário para saber se a mensagem chegou; um tipo de pessoa que muitas vezes digita um texto no computador e depois o imprime para ler e corrigir, preferencialmente com caneta vermelha, ao invés de fazer tudo isso na própria tela do computador e, por último, se preciso for, imprimir a versão final.
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De acordo com Prensky, alguns imigrantes digitais até conseguem transitar pelo mundo digital, mas carregam um certo “sotaque”, seria como alguém que depois de adulto aprendeu uma língua estrangeira, pode até falar bem, mas para sempre trará na fala um pouco da sua língua natal.
Já os nativos digitais, ou Geração N (Net), são fluentes na web e navegam por este mundo com uma tranquilidade e uma fluência que deixam os imigrantes digitais zonzos. Um exemplo desta fluência pode ser o fato dos nativos digitais simplesmente não precisarem ler manuais de instruções para utilizarem nenhum aparelho digital.
Essa teoria é muito aceita na atualidade, mas não é unanimidade. Alguns autores consideram esta divisão entre nativos e imigrantes digitais como um “mito” acadêmico (OWEN, 2004). Mas uma coisa é certa, quanto mais interativa for a aula, quanto mais digitalmente o conteúdo for apresentado, maior a chance de se conseguir atenção e participação dos alunos, e a lousa digital pode agregar tudo isso, seja através de uma apresentação mais dinâmica e agradável, ou pela possibilidade de utilização de aplicativos educacionais agregados ao software.
Bibliografia
DEMO, P. Educação Hoje: “novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo: Atlas, 2009.
Escrito por Sheldon Assis Pereira
Especialista de TE
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