Uma abordagem pedagógica inovadora e que propõe uma mudança na dinâmica tradicional de ensino. A ideia de sala de aula invertida ou flipped classroom é algo novo e pensado de acordo com a realidade dos tempos modernos. Os hábitos mudaram em diversos sentidos, inclusive na educação. Conceitos novos precisam ser pensados e analisados!
Nesse modelo, os alunos têm acesso ao conteúdo teórico antes das aulas, geralmente através de vídeos, leituras ou outros recursos online. Durante o tempo em sala de aula, o foco é direcionado para a aplicação prática do conhecimento adquirido, por meio de atividades colaborativas, discussões em grupo, resolução de problemas e projetos.
Essa inversão de papéis coloca o aluno como protagonista de seu próprio aprendizado, enquanto o professor assume o papel de facilitador e orientador. A sala de aula invertida visa promover uma aprendizagem mais ativa, personalizada e significativa, adaptando-se às necessidades individuais dos estudantes e incentivando o desenvolvimento de habilidades como autonomia, pensamento crítico e colaboração.
Continue a leitura para saber o que é e como surgiu a sala de aula invertida, conhecer exemplos, saber como a metodologia é aplicada na prática e entender os benefícios do modelo de aprendizagem.
O que é sala de aula invertida?
O conceito é mais simples do que o nome indica e tem vários benefícios na aprendizagem, vamos ilustrar um cenário para ver como esse conceito se aplica na prática. Imagine uma aula de Língua Portuguesa, por exemplo. Será a vez de aprender sobre acentuação tônica. Oxítona, paroxítona e proparoxítona. Hoje em dia, comumente, o professor prepara o material e o aluno fica sabendo sobre o conteúdo com todos os colegas.
Alguns já podem ter visto o assunto em algum lugar e outros nem saberem da existência da necessidade de classificar a acentuação das palavras. Uns terão mais facilidade, outros precisarão de mais atenção para entender. Mas o que todos terão de igualitário? O tempo para aprender o tema. E isso se aplica a todas as disciplinas.
Agora pense: e se o professor anunciasse o assunto com prévia? A ideia da sala de aula invertida é que o conteúdo aplicado na classe, seja visto em casa e antes. Ou seja, quando o aluno chega na escola, ele faz o que atualmente é a tarefa de casa. Dessa forma, os estudantes têm mais argumentos. A troca de experiência entre os próprios alunos e os professores fica mais rica.
O objetivo é fazer com que os alunos aprendam um com o outro, além de permitir mais liberdade com a aplicação do tempo. Um estudante que não é tão bom em matemática, mas se dá muito bem no português, pode se dedicar mais aos cálculos e administrar a duração necessária para cada estudo e aplicar a mesma metodologia para todas as outras matérias.
Além disso, a sala de aula invertida, por permitir que os alunos interajam com o material antes do professor de fato dar a aula, viabiliza que os alunos já vão para a aula com suas próprias dúvidas, tornando o aprendizado não só mais dinâmico, mas também, mais direcionado às especificidades de cada estudante.
A sala de aula invertida é um modelo de ensino dinâmico e criativo, perfeito para acompanhar o ritmo das crianças e adolescentes do século XXI. Portanto, existem diversas possibilidades e vantagens em sua aplicação, basta a escola ter criatividade para conduzir as aulas, e, por que não, estar preparado para as descobertas que os próprios alunos podem fazer a partir deste modelo tão inovador.
Não confunda sala de aula invertida com ensino híbrido!
De modo geral, o ensino híbrido é uma abordagem pedagógica que combina elementos do ensino presencial e do ensino online. Nesse modelo, os alunos têm a oportunidade de participar de atividades tanto dentro da sala de aula quanto em ambientes virtuais de aprendizagem.
A interação face a face com o professor e colegas é complementada por recursos digitais, como vídeos, jogos educacionais e plataformas de aprendizado online. Essa combinação permite uma maior flexibilidade no processo de ensino e aprendizagem, adaptando-se às diferentes necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos.
Assim como a sala de aula invertida, o ensino híbrido promove a autonomia dos estudantes, incentivando-os a assumir um papel ativo em seu próprio aprendizado, ao mesmo tempo que oferece suporte e orientação por parte dos educadores. Essa abordagem é especialmente relevante em um contexto contemporâneo, onde a tecnologia desempenha um papel fundamental na educação e a aprendizagem precisa ser cada vez mais personalizada e acessível.
Como vimos, apesar de terem alguns objetivos compartilhados, os métodos do ensino híbrido e da sala de aula invertida têm diferentes execuções. Entenda as principais:
Sala de aula invertida: Ensino híbrido e o conteúdo online
Aqui, o foco está em combinar as aulas tradicionais com o ambiente onde o aluno vive. Para isso, podem ser usados vídeos, jogos, podcasts, leitura online, etc., acessados pela internet. O aluno tem esse plus à aula tradicional, uma semelhança com a sala de aula invertida. Ou seja, a aprendizagem é através da união das duas formas: online e fisicamente, sendo que o professor ainda passa a matéria durante as aulas e depois o aluno pode estudar sozinho.
Metodologia da sala de aula invertida: saiba mais
Aqui o foco está em trocar a ordem do aprender. A forma tradicional propõe que o aluno aprenda o conteúdo em sala com o material didático e depois faça tarefas em casa, a sala de aula invertida entrega ao estudante, materiais que devem ser absorvidos fora da escola e por quanto tempo for necessário. Todos estudam, discutem, argumentam e aprendem o que foi visto anteriormente, mas agora com a orientação do professor. Alunos e mestres têm acesso a um portal para troca de experiências e fóruns estudantis, dessa forma o conceito também usufrui dos meios digitais.
Sala de aula invertida: como surgiu o ensino à distância no Brasil de hoje?
A sala de aula invertida e o ensino à distância podem parecer novidade, mas faz tempo que surgiram. No Brasil, o EAD começou a ser usado para a qualificação de profissionais em 1904. Nesta época, classificados do Jornal do Brasil anunciavam um curso de datilografia por correspondência. As aulas eram ensinadas por um guia em que o estudante fazia tarefas e exercícios enviados pelo correio.
Por volta de 1920, as aulas eram transmitidas pelas ondas dos rádios. A grande tecnologia do momento! O material começou a ficar mais robusto na década de 1980. Nesta época, além do material impresso, o aluno recebia também fitas (de áudio e de vídeo) e podia interagir via telefone para tirar dúvidas em questões mais complexas. Inconscientemente, a semente dessa metodologia de ensino era plantada: o aluno recebia conteúdo primeiro e depois tirava dúvidas.
Sobre o modelo atual: longe da sala de aula invertida e com desvantagens
Alunos enfileirados. Professor à frente de todos como o mestre do saber. Aulas padronizadas por tempo. Divisão feita por semestres e disciplinas. Pode soar estranho, mas o mesmo modelo usado atualmente, foi o retrato do século XIX.
Pesquisas mostram que 30% do conteúdo das atuais aulas expositivas são esquecidos duas semanas após ser colocado em estudo em sala. Outro ponto: antigamente, as descobertas demoravam anos para acontecer, se tornarem públicas e serem estudadas. Hoje, o mundo é outro. Assim como a ideia de sala de aula invertida é diferente do que tínhamos no passado. Pense em como estavam as notícias neste mesmo mês do ano passado e compare com o agora. Muita mudança, não é?!
Continuar depositando ‘conhecimento’ no aluno não faz sentido. É preciso repensar a fórmula e analisar a possibilidade de aplicar teorias novas e mais próximas da nossa realidade. A quantidade de informações de hoje é imensurável. Há acesso e tecnologia que não são explorados. É necessário pensar em um modelo em que o estudante acesse todo o conteúdo de forma constante, sem cansar, entendendo e colocando em prática na sua rotina atual ou do futuro que pretende seguir como carreira profissional. A sala de aula invertida proporciona vários desses pontos.
Entenda o uso da tecnologia no ensino e as principais vantagens e benefícios de seu uso na sala de aula invertida
A infraestrutura das instituições de ensino precisa acompanhar a metodologia de ensino de ponta. Então, tanto os móveis quanto o projeto arquitetônico precisam estar adequados para receber os alunos que vão aprender em uma sala de aula invertida. Carteiras leves se movem com mais facilidade, lousas com tecnologia para atender atividades em grupo ou novos experimentos também fazem a diferença no momento do aprendizado.
Mas, é preciso entender que as novidades e melhorias físicas são como uma ponte para o estudo, porém não são o destino. De nada adianta ter tablets de última geração para os estudantes se a metodologia aplicada ainda é defasada.
É necessário unir inovação de materiais com atualização pessoal de forma constante. Além do conteúdo pedagógico, é preciso ensinar como são as relações humanas na sociedade, na economia, na política.
Sala de aula invertida: teoria e prática do método
A sala de aula invertida não faz parte da realidade de muitos colégios brasileiros, mas a evasão escolar infelizmente sim. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo IBGE em julho de 2020, das 50 milhões de pessoas com idade entre 14 e 29 anos, dez milhões não tinham sequer finalizada uma das partes do ensino básico. Isso representa 20% do montante.
Os motivos para o abandono da escola assuntam: precisar trabalhar e a falta de interesse. Faltam políticas públicas para que esses estudantes não precisem deixar os estudos para trabalhar, mas há uma lacuna para deixar a escola atraente. A sala de aula invertida permite transformar a escola em um ambiente eficiente, divertido e satisfatório.
Sala de aula invertida: bom para a escola, melhor para o aluno!
Há mais de dez anos em prática, a sala de aula invertida está associada ao melhor desempenho em avaliações, auxilia os alunos quando têm dificuldades, melhora a capacidade de aprender uma língua estrangeira, traz mais motivação para estudantes e mestres. O método da sala de aula invertida foi incluído em universidades, como Harvard, Yale, MIT e Stanford. A defesa é de Jonathan Bergmann, um dos criadores do método.
A MOVPLAN SE te ajuda na criação da sala de aula invertida
A MOVPLAN S.E. atua no mercado de educação há mais de 20 anos e passou por várias mudanças nesse período. Assim como o modelo de sala de aula invertida, aprendemos estudando os métodos de ensino e convivendo com professores, gestores, diretores, alunos, pais, pesquisadores… Por isso, atuamos em toda América Latina e estamos em mais de 21 mil salas de aula, das quais muitas aplicam o conceito de sala de aula invertida.
Quer saber mais sobre os componentes tecnológicos que ajudam o ensino ou sobre a sala de aula invertida? Ou quer tornar real na sua escola a teoria da sala de aula invertida?